Os “cinquentinhos” segundo Miguel Esteves Cardoso, são aqueles cuja idade varia entre os cinquenta e os cinquenta e cinco e portanto ainda não são cinquentões.
São a geração do final da guerra colonial, (mas que lá não foram); são a geração do 25 de Abril, mas que não sentiu na pele o que era “viver em ditadura”.
Esta Geração de um dia para o outro tornou-se “livre”. Não teve que lutar por nada. A Liberdade (como tudo na vida) caiu-lhe nos braços de mão beijada. Eles, os dessa geração, participaram em meia dúzia de manifestações e julgam-se , por direito, os “Pais” da liberdade.
Mas será que o são? Ou…
Estes Cinquentinhas de hoje são aqueles que tinham entre 15 e 20 anos em 1974. São aquela geração que cresceu sem referências, onde a liberdade se confundia com libertinagem, que rompeu de forma drástica com o passado, que viveu o período pós guerra, em que devido à falta de gente, o emprego vinha bater à porta. São a geração do facilitismo, do tempo onde tudo era fácil, os patrões tinha medo dos empregados, os chefes… medo tinham dos subordinados, as comissões de trabalhadores e sindicatos eram autenticas “forças de guerrilha” nas empresas”…e por isso muitas delas fecharam ou não se desenvolveram. É esta geração, sem qualificação que exigia bons ordenados, poucas horas de trabalho, muitas regalias sociais, regalias na saúde… que faltava quando precisava de “curar uma ressaca”… etc… etc…etc.
Contudo é esta mesma Geração que agora chega ao topo; aos cargos de chefia… Ao comando do País.
Esta geração que sempre teve poder que agora não o quer perder, que cresceu sem valores sem respeitar nada nem ninguém;…Agora, é uma geração moralista, defensora da moral e bons costumes, que apregoa a honestidade e a justiça, que exige o cumprimento das hierarquias, que defende o patronato que há 20 anos atrás, destruiu; …que defende mais horas de trabalho; … mais polivalências e….muitas mais ..ências;… que está “muito preocupada” com o sistema da Segurança Social (hummm!!!…com a Caixa geral de Aposentações)….
É esta geração que por egoísmo, por puro egocentrismo, não pensou no futuro e colocou de Portugal onde estamos.
É esta geração que agora, e outra vez pensando só em si, vem exigir, que a geração dos “filhos”, pague a a pesada factura, produzindo mais, facilitando o patronato, cedendo nos direitos, …!!! e tudo...
…para que eles possam gozar as suas reformas chorudas na comodidade dos seus sofás.
E nós ?......
ASAS do Atlântico
Há 2 semanas