quarta-feira, 9 de setembro de 2009

25 ANOS DE MARÉ


Maré 2009

25 anos de Maré.

Tenho o privilégio de poder afirmar que “sofri” no pêlo 25 marés. Sim sofri porque não era fácil aguentar 3 dias com o lema ; “evite a ressaca mantenha-se alcoolizado” (vulgo bêbado).
Sou o que se chama um totalista.

Assisti ao longo destes anos a excelentes espectáculos musicais, momentos únicos, oportunidades que só a Maré era capaz de proporcionar. Era a música do mundo trazida a um pasto mítico. Ouvi Fado, Jazz, Blues, Africana, Samba, Rock, Pop, Intervenção, Popular, Folk, Reggae e tantos outros géneros que é impossível referir todos. Uns melhores que os outros evidentemente.
Neste longo percurso existiu sempre uma constante, uma base referencial; Construir um festival que agradasse a jovens e a menos jovens.
Por isso a Maré era, para além de um ponto de encontro de sons, um ponto de encontro de gerações.
Nesta maré de 2009, não senti isso, com muita pena minha.
Sinal de que estou a ficar velho??? É bem possível. Mas não posso aceitar isso passivamente.

Esta Direcção da Maré fez um óptimo trabalho. Revitalizou o festival, deu-lhe um novo formato e consequentemente uma nova chama. A Maré está bem e recomenda-se. Parabéns por isso.

Contudo num aniversário de Bodas de Prata esperava mais. E não aceito a desculpa de orçamentos. Foi a maré mais cara de sempre (a verificar pelos apoios recebidos).
Na minha opinião o festival, em termos musicais, não foi nada de especial (excepção aos GENTALMAN) e acima de tudo faltou “aquele grupo” que unisse a geração dos “cotas” à irreverência da juventude que se encontrava no pasto.
A actual Direcção não pode nem deve cortar com o passado. Deixar de fora aqueles que durante 25 anos fizeram da Maré o festival que é hoje é um enorme erro.
Um cartaz que é feito unicamente a pensar numa faixa etária, é desvirtuar o verdadeiro espírito da Maré e desprezar todo o seu passado.

Existem, neste actual formato do festival, mais coisas com as quais não concordo, e que na minha opinião deveriam ser repensadas. As entradas gratuitas dos “cartões inter-jovem”, a presença dos DJ no Palco principal e o 3º grupo no palco castelo são algumas delas.

Aos outros pequenos (grandes) pormenores como o trânsito, estacionamento e campismo (selvagem e sem condições) não deveria a Maré ter uma cota de responsabilidade na sua resolução?
E os Amigos da Praia ainda existem? Não poderiam dar uma mãozinha?

Penso que é necessário definir que Maré queremos.
Se optarmos por um festival de massas então é necessário criar condições para recebermos condignamente quem nos visita.
Para uma ilha que aposta no turismo e um festival que pode e deve ser um contributo para tal, é importante que a imagem não seja prejudicada.

Viva à Maré!.