Os Homens da Luta, os tais que começaram no pequeno ecrã da SIC Radical, esta semana, "pularam para o colo" dos meios de comunicação social, ao vencerem um Festival, que se arrasta há anos pelo panorama musical português/europeu tal qual um cadáver num filme de terror do Manoel de Oliveira.
Esta vitória já provocou mais falatório no país, do que todos os outros festivais juntos. Se não fossem eles, este era certamente, mais um festival que passava quilómetros ao lado dos portugueses. Por tudo isso já estão de parabéns.
Contudo em termos musicais são, em minha opinião, tão maus como todos os outros. Evidentemente!.
Jel e Falâncio são os dignos vencedores de uma eleição democrática e com o voto do povo.
Foi o povo que os elegeu como seus representantes para, na Alemanha, mostrarem o seu/nosso grito de revolta.
Será o grito de um povo que se sente oprimido por uma Europa e um Governo que o desrespeita e maltrata.
Será o grito de um povo que se sente oprimido por uma Europa e um Governo que o desrespeita e maltrata.
Interessante fenómeno quando analisado numa perspectiva nacional !?.
Lembram-se de um concurso que elegeu Salazar como o maior português de sempre?
E de uma música (“Sem Eira Nem Beira” ) dos Xutos e Pontapés, que inadvertidamente tinha começado com essa veia contestatária junto da massa estudantil ?
Lembram-se de um concurso que elegeu Salazar como o maior português de sempre?
E de uma música (“Sem Eira Nem Beira” ) dos Xutos e Pontapés, que inadvertidamente tinha começado com essa veia contestatária junto da massa estudantil ?
Só não teve seguimento nem maior projecção porque eles, cobardemente, se apressaram a desmentir o óbvio, dizendo que o “engenheiro” da letra não era o “Ingenheiro” da vida real.
Há poucos meses foi o fenómeno dos Deolinda aplaudidos de pé em concerto com a musica“Que parva que sou” com versos como “…Somos a Geração da casinha dos pais”.
E agora, aparece num festival moribundo, os Homens da Luta. Transformam-se num caso nacional e lá vão eles a Dusseldorf representar Portugal.
O engraçado é que pelos vistos está na moda Portugal ir à Alemanha ;). É a ditadura dos economistas e do dinheiro, é o "mercantilismo" no seu melhor.
Numa entrevista à SIC , que os mais curiosos podem ver neste link , Jel (Nuno Duarte) reconhece inteligentemente que, e cito “…ninguém é alheio ao seu tempo” reconhecendo que os tempos ajudaram à sua vitória mas também acrescenta que embora apelidados de “porta-vozes do descontentamento” a verdade é que “ …todos nós temos cá dentro um Zeca Afonso e um Marcelo Rebelo de Sousa, um revolucionário e um reaccionário. Mas foram os Zeca Afonsos e aqueles que deram o peito às balas, que fizeram as revoluções”.
E agora, aparece num festival moribundo, os Homens da Luta. Transformam-se num caso nacional e lá vão eles a Dusseldorf representar Portugal.
O engraçado é que pelos vistos está na moda Portugal ir à Alemanha ;). É a ditadura dos economistas e do dinheiro, é o "mercantilismo" no seu melhor.
Numa entrevista à SIC , que os mais curiosos podem ver neste link , Jel (Nuno Duarte) reconhece inteligentemente que, e cito “…ninguém é alheio ao seu tempo” reconhecendo que os tempos ajudaram à sua vitória mas também acrescenta que embora apelidados de “porta-vozes do descontentamento” a verdade é que “ …todos nós temos cá dentro um Zeca Afonso e um Marcelo Rebelo de Sousa, um revolucionário e um reaccionário. Mas foram os Zeca Afonsos e aqueles que deram o peito às balas, que fizeram as revoluções”.
Vale a pena ouvir as declarações pois compreende-se melhor o que são os “Homens da Luta”.
Brincando e rindo, e com frases como “… o pais avança quando o povo sai à rua “ ou “...venham para a rua gritar” ou "…Portugal tem que sair daquela zona cinzenta do politicamente correcto”, estes dois "cromos" , transcendem o simples humor, e entram numa vertente mais séria e complexa, em que enviam literalmente um recado aos políticos e governantes que se pode resumir mais ou menos assim:
Brincando e rindo, e com frases como “… o pais avança quando o povo sai à rua “ ou “...venham para a rua gritar” ou "…Portugal tem que sair daquela zona cinzenta do politicamente correcto”, estes dois "cromos" , transcendem o simples humor, e entram numa vertente mais séria e complexa, em que enviam literalmente um recado aos políticos e governantes que se pode resumir mais ou menos assim:
-"O povo, o que quer, Pá! ...é uma República Democrática Verdadeira, Pá!, com uma melhor distribuição da riqueza e dos sacrifícios, Pá! ; é..., é a punição dos corruptos e dos bandidos, Pá! ; ...é que nunca se enterre e/ou se esqueça os princípios de Abril: Liberdade, Fraternidade e Igualdade. Pá!
Porreiro, pá!
E vamos à LUTA! Pá!, e a … rir, Pá!. "E o POVO? Pá????"